O universo é um lugar tão vasto que nem sequer conseguimos decifrá-lo completamente, repleto de coisas que ainda não descobrimos e outras com as quais mal começamos a ter contato. Recentemente, cientistas da Universidade Hebraica de Jerusalém avançaram na pesquisa da Concentração de Shapley, bacias gravitacionais de atração responsáveis por algo tão incrível e quase inexplicável como dar movimento às galáxias, quase confirmando que estas podem fazer parte de algo muito maior.
Sim, as galáxias se movem e essa força gravitacional é a responsável.
Vamos explicar desde o início: Até agora, pensava-se que a Via Láctea estava dentro do superaglomerado (agrupamento de centenas de galáxias que interagem gravitacionalmente) de Laniakea. No entanto, e por mais incrível que pareça, esta nova pesquisa demonstrou que Laniakea faz parte de algo muito maior do que um conjunto de galáxias. É aí que entra a Concentração de Shapley, uma região do espaço onde a gravidade de numerosas galáxias e aglomerados atrai a matéria circundante.
Estas bacias, nomeadas em homenagem a Harlow Shapley, o primeiro astrônomo a falar sobre elas em 1920, formaram-se nos primeiros momentos do universo a partir de pequenas flutuações quânticas que cresceram com o tempo, dando origem às estruturas cósmicas que observamos hoje em dia. Nas palavras de R. Brent Tully, coautor do estudo, "as galáxias estão conectadas entre si por filamentos e se agrupam em nós onde a gravidade as atrai".
Por si parecesse pouco, o estudo também apontou que, embora a Concentração de Shapley seja uma estrutura colossal, os cientistas descobriram que não é a maior do universo. A Grande Muralha Sloan, outra estrutura cósmica ainda mais massiva, exerce uma influência gravitacional ainda maior sobre as galáxias próximas. Esta descoberta surpreendeu os astrônomos, já que estudos anteriores sugeriam que a Concentração de Shapley era a estrutura dominante nesta região do universo.